sábado, 10 de julho de 2010

#6

Passei dois dias entre arrumações de armários e cômodas de casa. O espaço é mínimo e os parentes fogem pelo ladrão. Então guardo quase tudo que tenho em caixas, cada uma com sua etiqueta descrevendo o conteúdo. Passo horas a fio nisso, fazendo etiquetas naquelas maquininhas dos anos oitenta que grava letra a letra em uma fita plástica adesiva. Dá trabalho, mas depois de pronto fica bonito de ver. Aí, quando se quer algo de dentro, basta achar a caixa certa, procurar um canto vazio da casa e abri-la devagar - longe de qualquer pessoa. Mesmo assim corre-se o risco de alguém aparecer perguntando o que é aquilo ou o quê está fazendo. Na verdade, isso sempre acontece. Hoje, depois de tudo organizado, escrevi "Lembranças" em uma etiqueta e colei em uma caixa grande de plástico. Dei risada sozinho quando lembrei que não tinhada nada teu lá dentro. Nada me lembrasse você.